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quarta-feira, junho 10, 2009


Por onde anda a crise?

Para aqueles que acreditaram que a gripe suína seria a tampa da panela da mais recente crise econômica mundial, acertaram em cheio. Nunca se falou tanto em máscaras e número de pessoas infectadas pelo vírus H1N1. Acredito que se existir uma pesquisa detalhada, o número de vendas de máscaras para a proteção do vírus deve ser bem maior que o de empregos perdidos pelo mundo inteiro durante a crise.
Enquanto as multinacionais anunciam as demissões em massa, o governo analisa o déficit da balança comercial e os economistas calculam os prejuízos, a sociedade brasileira tenta encontrar dentro de sua casa e/ou empresa o reflexo da crise econômica, em vão. A dona de casa que sempre namorou àquele fogão de seis bocas conseguiu realizar o seu sonho, assim como o jovem empresário que trocou seu carro usado por um Zero Km. Se o governo está incentivando, ou não, o crescimento econômico neste período de instabilidade, o que importa é que o brasileiro está encarando a crise como Oportunidade.
Oportunidade essa, perceptível quando, as exportações brasileiras à China cresceram 65% no primeiro quadrimestre de 2009 em relação ao mesmo período do ano passado, assim como o governo do Estado de Goiás informou, na semana passada, que as empresas goianas tiveram o melhor resultado dos últimos dez anos, exportando 300 milhões de dólares, e até mesmo quando houve um crescimento de 32% das operações de importação para Goiás, segundo os dados do departamento de comércio Exterior da Associação Comercial do Estado de Goiás.
Assim como as autoridades têm trabalhado com afinco para controlar a situação da gripe suína, as empresas privadas nacionais têm conseguido, diante a crise, driblar o medo que assola o sistema econômico brasileiro e apesar da recessão técnica sugerida pelo ministro Mantega, na tarde da última segunda-feira, a tendência do país é fechar o ano com um crescimento de 3 a 4% superior ao do ano passado.
De qualquer forma, um conselho a ser dado ao cidadão brasileiro, é continuar, quando necessário, usando as máscaras para a proteção do vírus H1N1, pois quem sabe assim, ela também os protege desse vírus do medo da crise que nem se sabe ao certo por onde anda.


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Louise Moreira

Publicado pelo Jornal Diário da Manhã 21/05/2009

by Louise às 2:24 PM 1 Comente aqui


A NECESSIDADE DO BRASIL EM SER REI

A modesta participação, em torno de 1%, do Brasil nos fluxos globais de comércio não faz jus à bela história do comércio do país. História essa que teve início após o descobrimento do Brasil, uma vez que esse acontecimento se deu justamente por conta da exploração das matérias primas aqui existentes.
Seja para temperar a comida européia com suas iguarias ou para ser a sobremesa (através do açúcar, café e cacau), seja para enfeitar as madames com o ouro e as pedras preciosas, ou para transportar milhares de estrangeiros diariamente dentro das aeronaves da Embraer, o fato é que somos um país com uma capacidade infindável de riquezas naturais e produtos de biodiversidade, além das tecnologias de ponta, e, por isso, carregamos nas costas, mais de 500 anos de história de remessas de produtos genuinamente brasileiros para o mercado externo.
Após a queda da teoria do mundo com sua trilogia primeiro, segundo e terceiro mundista, assim como a indelicadeza da ordem internacional voltada do Norte para o Sul, seguido pelo favorecimento comercial Norte-Norte e até mesmo pela política externa brasileira petista com enfoque na ideologia Sul-Sul, o que se percebe é que o Brasil tem mantido a eterna condição de país do futuro.
Infelizmente, ser um imenso produtor e competitivo fornecedor de commodities é ser marionete dos centros econômicos, que, possuem em sua totalidade, o controle dos preços desses produtos e, por conseguinte, ditam o futuro do desenvolvimento da semiperiferia e da periferia mundial.
Adotar a política “um por todos e todos por um” não vai emergir o Brasil da marginalizada posição em que se encontra dentro do cenário econômico internacional. Se tornar um grande ator regional e global dependerá da continuidade de seu processo de desenvolvimento interno e suas reformas político-econômicas.

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Louise Moreira
Publicado pelo Jornal Diário da Manhã 14/05/2009.

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