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quarta-feira, junho 10, 2009


A NECESSIDADE DO BRASIL EM SER REI

A modesta participação, em torno de 1%, do Brasil nos fluxos globais de comércio não faz jus à bela história do comércio do país. História essa que teve início após o descobrimento do Brasil, uma vez que esse acontecimento se deu justamente por conta da exploração das matérias primas aqui existentes.
Seja para temperar a comida européia com suas iguarias ou para ser a sobremesa (através do açúcar, café e cacau), seja para enfeitar as madames com o ouro e as pedras preciosas, ou para transportar milhares de estrangeiros diariamente dentro das aeronaves da Embraer, o fato é que somos um país com uma capacidade infindável de riquezas naturais e produtos de biodiversidade, além das tecnologias de ponta, e, por isso, carregamos nas costas, mais de 500 anos de história de remessas de produtos genuinamente brasileiros para o mercado externo.
Após a queda da teoria do mundo com sua trilogia primeiro, segundo e terceiro mundista, assim como a indelicadeza da ordem internacional voltada do Norte para o Sul, seguido pelo favorecimento comercial Norte-Norte e até mesmo pela política externa brasileira petista com enfoque na ideologia Sul-Sul, o que se percebe é que o Brasil tem mantido a eterna condição de país do futuro.
Infelizmente, ser um imenso produtor e competitivo fornecedor de commodities é ser marionete dos centros econômicos, que, possuem em sua totalidade, o controle dos preços desses produtos e, por conseguinte, ditam o futuro do desenvolvimento da semiperiferia e da periferia mundial.
Adotar a política “um por todos e todos por um” não vai emergir o Brasil da marginalizada posição em que se encontra dentro do cenário econômico internacional. Se tornar um grande ator regional e global dependerá da continuidade de seu processo de desenvolvimento interno e suas reformas político-econômicas.

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Louise Moreira
Publicado pelo Jornal Diário da Manhã 14/05/2009.

by Louise às 2:18 PM